segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Museu da Sulanca fortalece papel sociocultural com experiências educativas e inclusivas


De 5 a 27 de novembro, o Museu da Sulanca, equipamento histórico-cultural mantido pelo Moda Center, foi a sede da exposição fotográfica itinerante "Caminhos Tecidos", uma produção do coletivo "Ciano, Cidade", que teve Santa Cruz do Capibaribe como primeiro local.

Em 5 de novembro, houve a abertura da exposição com visitas mediadas pelos expositores, fotógrafos de "Ciano, Cidade": Dênis Torres, Gabriella Ambrósio, Palloma Mendes, Williams Pereira e Ythalla Maraysa. No Auditório do Moda Center, o público pode prestigiar também a apresentação musical da Gema Sonora, uma banda do Agreste de Pernambuco com um repertório autoral de diferentes ritmos enraizados na improvisação, tradição e experimentação.


No dia 10 de novembro, aconteceram duas oficinas de cianotipia (técnica de impressão fotográfica artesanal com processos químicos e físicos) ministradas por Dênis Torres e Ythalla Maraysa, com apoio da Oficina Embuá.

Participaram 64 estudantes da Escola Técnica Estadual José Pereira Ramos, das turmas de 1º ano dos Cursos Técnicos de Administração, de Desenvolvimento de Sistemas e de Redes de Computadores, que produziram imagens em azul (ciano) e outras tonalidades em reação sensível à luz solar.

Para esse público escolar, foi exibido o documentário santa-cruzense "Iluminação Especial 7.0" (produzido pelo Museu de Arte Sertão Agreste - MASA), com um debate sobre esse filme que conta a história de Santa Cruz do Capibaribe e a evolução da confecção.




No encerramento da exposição, houve a visita de um grupo de pessoas com deficiência visual (cegas ou com baixa visão) da Associação Pernambucana de Cegos (APEC), de Recife. 

Essa visita, coordenada pelo consultor em acessibilidade Michell Platini (publicitário e militante PcD), teve a mediação de Jéssica Santos (especialista em Educação Especial e Inclusiva, tradutora e intérprete em Libras, audiodescritora) que contextualizou a exposição com recursos de audiodescrição juntamente com os fotógrafos Gabriela Ambrósio e Williams Pereira.

Essa comunidade da APEC teve também a mediação de Adelmo Teotônio (conservador de bens culturais do Museu da Sulanca) e Thonny Hill (jornalista e assistente de marketing do Moda Center), com experiências táteis e oralmente descritas de alguns objetos do acervo do Museu da Sulanca, ampliando seu significado e dimensão sócio-histórica. O grupo visitou ainda a feira no Moda Center, com vivências do consumo de produtos de moda e outros artigos.


Assim, a exposição "Caminhos Tecidos", vista por mais de 100 pessoas, possibilitou uma abordagem crítica sobre as relações de trabalho e os impactos ambientais da cadeia têxtil do Agreste de Pernambuco, os bastidores da produção e comercialização da confecção e do jeans. Foi fruto de muitas pesquisas e produções do coletivo, como a publicação impressa do fotolivro "Ciano, Cidade" lançado este ano, uma obra que passa a compor o acervo do Museu da Sulanca.


“Essas ações desenvolvidas potencializam o papel do Museu da Sulanca como espaço de memória e agente de transformação sociocultural, fazendo também refletir suas estruturas e práticas, desde a necessidade de mais soluções acessíveis até diálogos favoráveis à construção da cidadania”, pontuou Adelmo.

Fotos: Coletivo “Ciano, Cidade”, Gabriella Ambrósio, Igor Melo, Jéssica Santos e Joselma Santos.