‘Como
ser mulher na contemporaneidade’, esse foi o tema da roda de conversa que o
Moda Center Santa Cruz realizou ontem (14) para as colaboradoras, em alusão ao
Dia Internacional da Mulher. O evento contou com a participação da
Coordenadoria da Mulher de Santa Cruz do Capibaribe. Ao longo da tarde, foram
debatidos assuntos sobre as dificuldades encontradas diariamente por elas,
sejam no local de trabalho ou fora dele.
De
acordo com a assistente social e técnica da coordenadoria, Tereza Àvila, o
evento foi de grande importância, especialmente do ponto de vista de
inspiração. “O Moda Center está de parabéns por ter realizado um evento como
esse, pois, além de ter sido uma oportunidade para mostrar às colaboradoras os
serviços que oferecemos, percebemos que as muitas histórias contadas aqui foram
inspiradoras para todas, pois mostrou a superação de cada mulher. Elas foram
vistas, ouvidas, reconhecidas e admiradas”, completou.
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Para
a coordenadora Nete Vieira, o fato de contar histórias de superação num círculo
formado especialmente por colaboradoras de uma mesma organização, gera uma
proximidade entre todas que estavam presentes. “Neste momento que passamos com
elas, tivemos conhecimento da história de vida de algumas, histórias de
empoderamento e poder feminino que passaram força para todas elas. Com o que
conversamos e ouvimos delas, temos a certeza que todas saíram com muitos
ensinamentos”, disse Nete.
Quatro
dessas histórias foram narradas em forma de conto. Para “Margarida”, a
oportunidade de poder contar sua história de vida foi mais do que se expressar.
“Foi uma experiência muito gratificante ter a minha história escolhida para ser
contada. No começo, fiquei tímida, pois estava diante de muitas mulheres. Enquanto
minha história era contada, vi no rosto de algumas a expressão da minha própria
mãe quando me assumi. E poder escrever sobre minha história, me passou uma
grande sensação de alívio. Nós temos que ser quem somos e não nos esconder. Nós
devemos ser inspiradoras, e com o que foi contado de mim hoje, espero ter
ajudado pelo menos uma delas que estava aqui”, relatou.
Trechos das histórias
“Quero
ser exemplo pra ele (filho). Quero que ele me veja como uma pessoa que tudo
pode fazer, pois mesmo com minhas limitações eu faço tudo. Quero que ele saiba
que também pode, basta querer”, Camélia.
“De
tudo eu fazia na minha vida, cortava cana, era ‘bituqueira’ – de encher
caminhão e carroça. Já teve safra de eu tirar com 40 homens e só eu de mulher”,
Jasmim.
“Eu
nunca imaginaria que aquela criança que fazia o parto dos gatinhos continuaria
fazendo partos de pessoas. Hoje compreendo que avida nos prepara”, Rosa.
“Vamos
ser quem nós somos, nos aceitar como somos, lutar pelos nossos objetivos. E lá
na frente iremos colher tudo o que temos direito, sempre analisando que o que
custa sua paz é caro”, Margarida.
Os
nomes Margarida, Camélia, Jasmim e Rosa são fictícios, e foram alterados para
preservar a identidade das colaboradoras.
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