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“A região deveria aproveitar
a própria história e se tornar um polo criativo de moda sustentável”. Foi com
essa declaração que o estilista Alexandre Herchcovitch encerrou, ontem (26), a
sua participação no Estilo Moda Pernambuco (EMP), ao lembrar do início da
história da confecção na cidade, quando as costureiras faziam roupas com
retalhos. “A moda sustentável já existia aqui”, comentou. Ele foi o principal
convidado da primeira noite do evento, que lotou o Centro de Eventos do Moda
Center Santa Cruz, promotor da terceira edição do EMP. O primeiro dia contou,
ainda, com os desfiles da Acqualara, Scaven, Laluka Store, Rótulo do Corpo,
Camboriu, John Cunningham, Pietà, Davi Fashion, Joggofi e Rota do Mar.
Herchcovitch
participou do talk show “Novos comportamentos de produção e consumo de moda”,
mediado pelo professor do Senac-PE Luiz Clério Duarte. Ao longo do bate-papo, o
estilista contou como passou a se interessar por moda, corte e costura ainda na
infância, aprendendo as etapas de produção com a mãe; estudou artes plásticas e
moda, até passar a trabalhar para grandes marcas, fundar a sua e tornar-se um
dos primeiros estilistas a expandir suas criações além do mercado têxtil.
Um dos pontos altos da
conversa foi quando ele contou sobre como trabalha a questão da
sustentabilidade na sua empresa. “Ao invés de produzir novos tecidos
aproveitamos os que já existem em estoque. Também ressignificamos roupas
prontas. Damos uma nova cara às peças que já estão produzidas. Um dos nossos
modelos de negócio é trabalhar os estoques de marcas que estão com as roupas
paradas em seus estoques. Recebemos os produtos, abrimos e montamos de outra
maneira. Isso é muito mais caro do que fazer uma roupa nova. O tempo que demora
para fazer isso aumenta o custo da peça”, comenta. Ele ressalta que enquanto a
produção de moda sustentável não chegar aos grandes magazines, vai continuar
sendo cara. As fábricas de tecido reciclado precisam produzir mais para que as
confecções pequenas possam comprar o tecido mais barato. “Se a gente não consumir
mais roupas sustentáveis, elas serão sempre mais caras”, declarou. Ele também
mencionou o novo comportamento do consumidor que quer saber de onde vem o
material usado nas roupas que compra, se a empresa usa mão de obra infantil ou
escrava, se destina os resíduos do que produz adequadamente e se utiliza
materiais reutilizados ou reutilizáveis.
Para Herchcovitch, Santa
Cruz do Capibaribe tem a capacidade de se transformar em um polo de
sustentabilidade do Brasil que ainda não existe, usando a própria história
(referindo-se à Sulanca). “Para fazer essa indústria se desenvolver e crescer será
preciso trazer esse conceito para a nova era, mais tecnológica. As pessoas
estão querendo consumir de maneira mais sustentável, mas elas não sabem onde
achar esse produto. E esse produto pode sair daqui”, declarou.
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CULTURA –
Após os desfiles e o talk show, o público pode conferir os shows da dupla Delazeri
e Juan Pablo, do cantor Vitor Kley e da banda Sertão Regado na área externa do
Centro de Eventos.
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O EMP 2018 conta com o patrocínio de Agreste Tex, o Centro
de Apoio aos Pequenos Empreendimentos de Pernambuco (CEAPE-PE), Etikal –
Etiquetas e Metais, Multmalhas, Elo, Getnet, Prospera e Santander, com o apoio
do Sebrae-PE, Senac-PE, Senai, Associação Santa-cruzense de Contabilistas
(Ascont), Associação Empresarial de Santa Cruz do Capibaribe (Ascap), AD Diper,
Sindicato das Empresas do Comércio de Bens e Serviços de Santa Cruz do
Capibaribe (Sindilojas), Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Capibaribe,
Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Capibaribe, CDL Santa Cruz, Certec,
Rede.Com, Qualygraf, Treeking, Braztur, Sign Digital, Santa Cruz Charm Hotel,
Transbraz e Hotel Moda Center.
O evento segue até segunda-feira
(30). Confira a programação no www.estilomodapernambuco.com.br