Fábricas do polo têxtil de Pernambuco voltam
a criar vagas formais
No
auge da crise, quase 2 mil vagas desapareceram no polo têxtil. Aos poucos, o
setor se recupera e parte dos empregos formais também voltou.
Em
2017, a indústria brasileira voltou a dar sinal de vida. Na Região Nordeste, o
polo têxtil de Pernambuco voltou a criar empregos com carteira assinada, depois
de dois anos de crise.
Desenha,
corta, costura: esse é o ritmo em uma fábrica especializada em moda praia em
Santa Cruz do Capibaribe, município do polo têxtil de Pernambuco, um dos
maiores do Brasil.
Por
causa do Natal e do verão, a produção passou de 7 mil para 10 mil peças por
mês. Nos últimos anos, mesmo nessa época, a fábrica se virava com o quadro de
funcionários que tinha.
“Eu
não contratava, porque a demanda não aumentava. Agora, eu já estou percebendo
que a demanda está grande, o pessoal está querendo os produtos. Eu já contratei
dez pessoas para ficar efetivas”, disse a dona da fábrica, Vera Carvalho.
Uma
das vagas ficou com Alessandra, que fazia tempo não conseguia emprego com
carteira assinada: “Significa mais uma segurança, porque é uma coisa fixa. É
uma coisa que está com aquilo garantido do que no mercado informal”.
Desde
setembro, uma outra fábrica tem recebido mais encomendas. Os pedidos dobraram
em relação aos outros meses do ano. Aí, para que o cliente não fique na mão,
foi preciso criar novas vagas de trabalho.
“A
gente teve que contratar por conta da demanda de pedidos, porque, com a
quantidade de pessoas que a gente tinha, não ia dar vencimento nessa época”,
disse a gerente administrativa Amanda Silva.
Os
dados do Ministério do Trabalho mostram que, no auge da crise, quase 2 mil
vagas desapareceram no polo têxtil. Aos poucos, o setor se recupera e parte dos
empregos formais também voltou.
As
mercadorias que saem das fábricas abastecem as lojas e bancos dos comércios
populares. Um deles em Santa Cruz do Cabipabibe recebe 120 mil pessoas por
semana nessa época. É gente que vem do Brasil todo encher as sacolas. Valmir
saiu do Pará. Percorreu quase 2 mil quilômetros.
“Porque
lá não tem essas fábricas que tem aqui. Compensa, porque é mais barato”,
afirmou o comerciante Valmir Silva.
Essa
disposição para gastar faz a alegria dos vendedores. “Graças a Deus o comércio
reagiu bem nessa reta final do fim de ano superou a expectativa. Vamos sorrir”,
contou o comerciante Marcos Aleixo.
Fonte: Jornal Nacional