Entidades se mobilizam em busca soluções para enfrentar o colapso total, que deverá ser decretado nos próximos dias |
Com
menos de 1% do seu volume morto, a barragem de Jucazinho, localizada no
município de Surubim, entrará em colapso total nos próximos dias. Com isso,
Santa Cruz do Capibaribe, que só recebe água apenas dois dias por mês, deverá
ser abastecida por carro-pipa. Diante dessa situação, diretores de várias entidades
do município estiveram mais uma vez na sede da Compesa, nesta quarta-feira (27),
em Recife, para discutir soluções para o grave problema, que impactará
fortemente o município, principal representante do Polo de Confecções de
Pernambuco.
No
encontro, o diretor Regional do Interior da Compesa, Marconi de Azevedo, e o
gerente local, Mario Heitor Filho, foram enfáticos ao afirmar que, se não
chover nos próximos dias, a cidade deverá ser abastecida por carro-pipa.
Em
audiência pública realizada no dia 28 de agosto de 2015, a Compesa garantiu que
Santa Cruz do Capibaribe passaria a receber água da barragem do Prata (Bonito)
no dia 31 de agosto daquele mesmo ano, assim como também deu um prazo de seis
meses para a construção de uma adutora que captaria água do rio Pirangi (Catende)
para jogar na barragem do Prata, a fim de aumentar o volume de água daquele
manancial e, consequentemente, ampliar a quantidade de litros por segundo enviados
para Caruaru e Santa Cruz. Oito meses se passaram, a barragem de Jucazinho
praticamente secou e nenhuma das duas promessas foram cumpridas.
Durante a reunião da última quarta, Marconi de Azevedo reforçou o que disse mais cedo em entrevista à Rádio Polo FM, sinalizando que a população devesse esperar que chova, já que, segundo ele, estamos no início do inverno na região. “De todo jeito, a gente tá no início do inverno e qualquer chuva que entrar em Jucazinho a gente respira aí para Santa Cruz e as cidades que dependem desse sistema”, pontuou do diretor. “A gente vai rodar aí alguns dias com caminhão-pipa, a gente já tem tudo planejado pra gente dar um alívio aí em Santa Cruz até a chegada desse novo sistema [Pirangi]”, concluiu o diretor da Compesa.
Extremamente
insatisfeitas com a ausência de uma solução concreta, entidades como a Ascap,
CDL, Ascont, Moda Center, dentre outras, já estão articulando várias ações de
mobilização da sociedade civil para pressionar os poderes constituídos.
“A
Compesa faltou com a verdade ao prometer, dente outras coisas, que a água do
Prata chegaria três dias após a audiência pública realizada em agosto do ano
passado. Não vamos ficar parados, a nossa luta agora é pra que a gente consiga
que pelo menos uma parte dessa água do Prata, que chega em Caruaru atualmente,
seja direcionada para Santa Cruz enquanto a obra do Pirangi não fica pronta”,
disse Allan Carneiro, síndico do Moda Center. “As entidades estão se
mobilizando de várias formas e é possível até que provoquemos uma audiência
pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco, com a presença maciça de
pessoas da nossa região, que tem sofrido muito com a falta de atenção do Estado
nessa questão”, completou.